quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Sobre o tempo e o desapego

Passarinhos sempre voltam.
Borboletas sempre voltam .
Purpurina sempre paira no ar.
A pena está para o coitadinho
Como o amor está para o bipolar.
Sinta o calafrio e a mão umedecida.
Sinta o abraço forte que derruba tua máscara de zé ninguém.
Perceba a não existência da obrigação em manter um contato.
Note uma gratidão que de 'não em mão' te fez solitário.
Anote a ofensa, prescreva a liberdade.
Não te faltará mais o amor quando cessar essa crueldade.

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sexta-feira, 26 de setembro de 2014

A consciência

A consciência alheia foge da nossa alçada.
Cada um na sua calçada e cada cimento ao seu secar.
A inocência interna , exacerbada ao léu , transpõe o fel do inconsequente.
Não domina, não publica e não constrói. 
Quem é você agora - que depois de meia hora - volta a agir como os teus pais?
Quem   fomos nós outrora, que juramos unificar as almas, e as desmembramos para ficar a sós?
Consciência inconsequente gera criação intransigente.
Não és gente;
Não tens alma;
Apenas fique em paz. 


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terça-feira, 16 de setembro de 2014

O que passou, passou?


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Estava passando por aqui e pensei ao longe 'já passei por aqui antes'.
Passei mal ao lembrar tudo o que passamos e passei a me focar em fingir ser forte acima de tudo, pois afinal, passou.
Passei a perceber que o passado já ultrapassou todo o limite no espaço do meu HD interno e o externo é do Paraguai.
Passei as mãos pelos cabelos embebidos em formal e elegância.
Passei o papel em meus olhos e impedi que minha beleza - montada todo dia ante as sete - pudesse passar a olho nu o que passamos a vida sentindo.
Por tudo que passei, por tudo que passamos, devo refletir se é verdade que tudo que passamos já passou.
O passarinho canta a cada passo e  a cada voo que assisti ao longe penso 'tentei passar por trás e finalizei passando em frente ao passado'.
O passarinho canta na gaiola de outrem e parece que foi ontem que tudo isso passou.

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Sad bad happy (?)

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sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Se não fosse

Se não fosse por teu orgulho ; eu seria teu.
Se não fosse por aquele gole das lágrimas mal choradas e o desespero engasgado na falsidade do poder ; não seríamos conhecidos.
Se não fosse essa poeira que nunca baixa, eu me abaixava e te deixava montar em mim.
Se não fosse pelo rumo que nos demos o luxo de guiar; o nosso freio de mão estaria travado.
Se não fosse o orçamento e os pesares deveras pesados que nos trazem pena, fazemos cena e mantemos a linha fina de uma educação qualquer.
Se não fosse o amor e a má circulação do meu sangue ; essa ferida estaria costurada à sete linhas.
Se não fosse minha mente ; eu não seria o teu amor.

segunda-feira, 30 de junho de 2014

Tempo esgotado

Levantou poeira,  bagunçou o areião ; confusão.
Mudei no impulso esse mundo que não toca mais meus dedos.
Amputei tua mão, arranquei minhas unhas e ficamos com as cutículas.
Tão pouco? Foi tarde o que nunca nos segurou.
Se prolifera o que nos une e nos consome.
Conheci um homem, encontrei uma babá! Tenho um aviso:
Essa conta é você quem vai pagar.

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Congelamos o tempo, lambemos os cubos de gelo. Olha que emoção!
Gosto do amor sincero e do risos soltos, gosto disso que só eu quero e em mim encontro.
Gosto do espelho e das lembranças sussurrante ao pé do ouvido, o primeiro 'eu te amo.'
Talvez o único e mais sincero; aquele que não ouvi.




Frost.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Sobre recuos vagos e sonhos largos .

Avistei minha vida derrapando no caminhão da esquina, vira pra lá e vira pra cá; na lata.
Curvei a retina recusando o olhar prolongado, avançado. Mas que sina!
Recuei destes sonhos insanos, sonhos vazios. Quem vê arte só sente frio.
Permanecem em pé os fiozinhos em meu braço, a razão não me tira a emoção.
Um em um milhão conseguem ser o que são.
Não quero ser esse ou aquele, não quero o que já existe e persiste em ter o que ninguém vê.
Só quero que o vazio desses sonhos apazigue a angustia do viver por viver, devemos viver por merecer.
Mereço esse frio, quiçá na barriga.
Quem dirá que parecemos molas encolhidas?
Não vou me atrofiar, recuo vagos passos sem razão, para que meus sonhos largos se concretizem com exatidão.

F.Ah -

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Amadurecer no amanhecer

Amanheci sem foco, sem retina, sem reação; cretina.
Mandei a névoa embora, que não volte forte como outrora e que me deixe ver tudo o que passou.
Abandonei o passado, que talvez bem desgraçado, me ensinou a acender a luz.
Amadureci num piscar de olhos, num dia claro sem nenhuma escuridão.
Lagrimas escorrerão com mais exatidão do que já escorreram um dia. Situações se resolverão.
Um passo de cada vez, uma sinceridade regada ao cuidado.
Amadureci assim, sem nem saber porque, num amanhecer divino e ensolarado.