segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Sobre hipocrisias e sentimentos

Engraçado...

Não pensei que tivesse sido tão importante. Claro, sei que foi desrespeitosa tal ação, porém não pensei que levássemos isso para a vida toda. Sinceramente? é uma desculpa sua pra atitudes atuais. De duas, uma : ou você está sendo hipócrita, ou eu, ou ambos ; provável.

Não consigo mais chorar. Acho que já sofri demais. Também não consigo mais rir, eu já sorri demais. Gargalhei, brinquei.
Sabe o LER ? 'lesão por esforço repetitivo' ?  tenho isso. Na parte do sofrimento, das tentativas falhas.
Do desgaste da vida. Do jogar fora os bons momentos, entende o que eu digo? o dia de hoje.
Época de natal, eu sempre ficava nostálgica e feliz. Ainda sentia aquele gosto dos biscoitos que há muito tempo atrás minha mãe fazia no forno pra mim e meus irmãos. Ficava carinhosa, feliz com presente. Hoje, nada me faz sorrir. Um torone era o suficiente pra eu achar que a vida valia a pena. Hoje em dia, acho que nem um aumento de salário me faz sorrir.
Se sorrio, sorrio por educação. Ou no minimo, quando estou perto de pessoas leves de alma, pessoas que não carregam a mesma carga negra que carregamos. Pessoas normais.
Não sei o que será de mim, da minha vida. Mas eu deveria saber, afinal, minha vida não é só minha. Somos em duas. A minha e a do pequeno.
Toda e qualquer decisão que tomamos, devemos pensar nele. E pensamos, e é por isso que viemos até aqui.
Estamos agindo com zelo pelo nosso semelhante desde quando?
Me diga qual foi o dia em que você percebeu isso? Eu demorei pra ver. Demorei pra crer.

No fundo, sinceramente, bem no fundo eu ainda amo você.
Amo lembrar da ansiedade por te esperar chegar do trabalho.
Me afogo em lágrimas ao lembrar do nosso primeiro natal, onde  não tínhamos a árvore gigante que temos hoje na sala. Sabia que as vezes eu sonho? é. Eu sonho com coisas que já aconteceram, com situações antigas.
Naquela época eu simplesmente consegui passar uma borracha em tudo que tinha acontecido. E era tao recente. Nossa, como fui forte.
Como conseguimos passar por tudo isso. Eu era apenas uma adolescente, e você também.
Queríamos apenas mostrar para os outros o quão responsáveis conseguíamos ser. E o quanto isso não atrapalhava a nossa diversão de criança.
Eu ainda sou uma. Sei disso. A criança tem a pureza da inoscencia. Isso não me pertence mais.
Por outro lado, muitas vezes tenho ataques (e você bem sabe). Ataques de piadinhas, de brincadeirinhas. Ataques de felicidade. Instantâneas, como o miojo.

De repente, não mais que de repente. Tudo está em minhas mãos. O meu sonho era o controle de tudo, o meu sonho era a independência, a mulher forte e única, que cuida de tudo e de todos ; quis ser adolescente.
Não dá mais, sou mulher. Agora sou mulher com todos os 'L' s e 'H' s que a palavra tem.
Agora sou mulher daquelas de querer cuidar do corpo. Das unhas dos cabelos. É, nunca fui assim.
Nunca me preocupei com isso. Eu era gordinha, desleixada e comida pão com ovo todo dia. Quer saber? eu era feliz. Comigo mesma. Sozinha no meu quarto ouvindo meu rádio, escrevendo minhas angustias num caderno encapado com papel aveludado.

Me apaixonei. Perdidamente.
Como sei que nunca foi pra você, não comigo, não por mim.
Eu sentia agua na boca ao ouvir seu nome, ler seu nome.
E me dói, mas dói mesmo, profundamente não conseguir sentir essa sensação atualmente.
Me lembro como era, até a sinto pensando no passado.
Tenho ciumes do seu, sinto insegurança pois você teve um. Eu antes de nós, era pó. Puro.
Eu antes de nós era solidão, nostalgia.
Irônico, não? hoje continuo sendo solidão e nostalgia.

Há anos não escrevo tanto, há anos não me sinto de pernas tremulas.
Essa sinceridade toda de minha parte é o mais perto que posso chegar de quem eu era antigamente.
E nunca consegui arrancar de ti o que via nos teus olhos quando te conheci.
É, parece que eu vim trazer o caos pra tua vida. Eu preferia te olhar de longe, de cachos voando, olhinhos brilhando e a boca torta sorrindo.
É, meu amor. Era assim que eu te queria ; pra mim.