quinta-feira, 26 de novembro de 2009

O tempo.


Quando o tempo tá passando, a gente nem sente, e olha que ele não passa voando.
Contando o tempo nos dedos, sentimos o medo do vento. Ele voa, assopra, gargalha e nos trás rugas.
Com o tempo, não vemos mais as rugas, não sentimos mais o vento na curva, nem a fazemos, se quer.
Quando ele parou de passar, começamos a contar, contando pra trás, contamos o tempo retroativo e vemos o quanto dele perdemos, o quanto dele restou. E aí descobrimos que não se volta na curva, não se aperta o botão 'rewind'. E o que fazer para adaptar os antigos sonhos ao tempo que já voou?.

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Quando você percebe está correndo atrás do que quer mesmo sem querer mais. Sem mais querer.
Você faz o que quer fazer, mesmo quando se prende pra não fazer isso. Ou aquilo, e quem sabe fazer ainda mais?
Nem sei, sabe? acho que vou me adaptar.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Dinheiro, dinheiro, beleza...

O Dinheiro deixa as pessoas bonitas.
Deixa as pessoas limpas, mais limpas.
Deixa as pessoas gordas, ou magras, depende de como você quer ser, de como você é por dentro.
Mas mesmo as gordas, com dinheiro, se tornam lindas, se não lindas, agradaveis, chiques, arrumadinhas, elegantes.
Tira o glamour, tira as notinhas das gordas chiques pra tu ver. Elas viram faveladas da noite pro dia.
Tira o carro, tira a cobertura, tira as bolsas, os sapatos, os moletons cinzas com malha leve, tira pra tu ver, tira.
Tira a hidratação, a piastra, a tintura cara.
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As pessoas bonitas não precisam de dinheiro.
coloca nas faveladinhas uma roupa nova da sul center pra tu ver, coloca.
coloca pra tu ver a felicidade delas.
Compra uma sapatilha meia boca falsificada pra tu ver o sorriso, coloca.
Compra um secadorzinho, ou até um ferro de passar, para que elas possam alisar seus cabelos no ferro à vapor (uma vez novidade entre elas), coloca, coloca o sorriso no rosto de quem precisa.
Coloca a esperança no coração daquelas que só querem ser felizes, que só querem ficar arrumadinhas para ir ao baile no fim de semana, ou pra ir à missa, ou ainda pra deixar o marido enlouquecido.
Coloca um pouco de paz no teu coração, compartilha tuas bolsas, teus sapatos, tuas tintas.
Sempre falei da desigualdade social, mas se fosse tudo igual, seria muito, muito banal.
Ah, mas que puxa!


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