terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Sobre recuos vagos e sonhos largos .

Avistei minha vida derrapando no caminhão da esquina, vira pra lá e vira pra cá; na lata.
Curvei a retina recusando o olhar prolongado, avançado. Mas que sina!
Recuei destes sonhos insanos, sonhos vazios. Quem vê arte só sente frio.
Permanecem em pé os fiozinhos em meu braço, a razão não me tira a emoção.
Um em um milhão conseguem ser o que são.
Não quero ser esse ou aquele, não quero o que já existe e persiste em ter o que ninguém vê.
Só quero que o vazio desses sonhos apazigue a angustia do viver por viver, devemos viver por merecer.
Mereço esse frio, quiçá na barriga.
Quem dirá que parecemos molas encolhidas?
Não vou me atrofiar, recuo vagos passos sem razão, para que meus sonhos largos se concretizem com exatidão.

F.Ah -